La Antena e Helvética

Helvética Helvética Helvética Helvética 

Bem, a primeira impressão que eu tive seria de associar o documentário "Helvética" com o filme "La Antena" e vice-versa. Os dois iniciam com com uma máquina de datilografia, ok. Enquanto o filme mostra a máquina como instrumento musical, o piano, atribuindo um simbolismo na arte de criar palavras com a melodia da música, o documentário começa com uma preparação da máquina para o uso, a escolha das letras e, em fim, a impressão da palavra "Helvética". Essencialmente, os dois falam da palavra, da comunicação. Neste vídeo, ela é abordada como meio de comunicação que pode ser expressa de diferentes formas e, assim, pode atingir o público com diferentes sensações, dependendo, dentre os inúmeros fatores, da tipografia. E, novamente, o tema principal é a HELVÉTICA, pois todos os entrevistados são questionados sobre esta fonte e sua relação com ela. Antes de mais nada, é como um espelho, uma água cristalina, porque não possui significado em si mesma. Sua forma foi pensada para não significar nada. Ela é sólida e funde-se com o meio, pois tem um equilíbrio certo entre a seu formato e o espaço em branco. Dessa forma, foi atendia a expectativa da época em que foi criada - período de guerras, confusão e mistura de tipologias diferentes, modernismo, minimalismo, flat, confiança - e perdura até hoje como uma fonte segura que, de certa forma, pode ir bem em quase tudo. Uma das primeiras imagens que veio a minha cabeça foi a série Mad Man, e eu gostaria de ter assistido esse documentário antes dela kkkkk. Porém, analisando à luz desse documentário, é gritante a transição entre o design "empiriquitado" para o "flat", e a companhia de marketing do seriado fica conhecida por essa solidez, confiança, mas não no sentido antigo ao qual a sociedade estava acostumada, mas com a inovação do modernismo e o impacto do SIMPLES, DIRETO. E agora eu percebo também o papel da tipologia.


Entretanto, Helvética não seria a solução para tudo, como alguns designers falam. O pós-modernismo, assim como o modernismo, veio para quebrar um paradigma. As fontes podem sim ter expressão própria e não precisam estar associadas à sua funcionalidade, às grids, prendendo-se a um formato que seria a resposta certa para tudo. Legibilidade nada tem a ver com comunicação, como colocou um dos designers. A individualidade volta a ser questão nos trabalhos gráficos, a experimentação de formas diversas, até mesmo a escrita à mão. Não é que a Helvética se tornou obsoleta, ultrapassada, mas que as pessoas não precisam ficar presas a um estilo que, nem sempre, cumprirá a função desejada de transmitir uma mensagem.

La Antena

A primeira coisa que eu gostaria de comentar é: CCCP, Nazismo, Judeus? A ambientação do filme e a comparação com a época foi a primeira coisa que me chamou atenção (além do nonsense que aparenta ter assim que iniciou o filme). A propaganda Nazista e seu objetivo de dominar o mundo, os soviéticos como oprimidos? tentando reverter a situação e a criança, ao final do filme, sendo usada como "sacrifício" em uma estrela de Davi - tem também um funcionário do Sr. TV que é um rato, mas essa parte foi tão absurda que eu não captei a mensagem (sem querer pôr significado em tudo, mas o rato ... deixa, só não entendi mesmo). O início do século XX foi marcado pelas guerras, totalitarismo, fascismo, propaganda, manipulação da imagem, e também foi nesse período que surgiu a televisão - ficando mais famosa após a Segunda Guerra Mundial. Enfim, o plano do Sr. TV seria controlar todos, primeiramente roubando a voz do povo e depois as palavras, e elas são quebradas, misturadas e transformadas em alimento de TV para a população. Tendo monopólio do conteúdo, da comunicação mais "bruta", a Televisão seria a única responsável por cuspir as informações e manipular a massa. Essa lógica é bem evidente na Voz e seu filho, em que os dois não possuem olhos, então não são entretidos pela televisão e são os únicos que têm voz, logo são uma ameaça para o plano do Sr. TV. A diferença entre a mãe e o filho é que a primeira é controlada pelo "vilão" e até então não sabiam que o menino conseguia falar, apenas suspeitavam - "a voz é hereditária", "o silêncio é hereditário". Existem vários outros elementos interessantes ao longo do filme e eu gostaria saber mais espanhol para talvez ter entendido um pouco mais. No final, os personagens se voltam para a Antena, onde todas as informações são processadas e transmitidas. Lá, os "soviéticos" tentam fazer uma transmissão da voz do menino cego, mas são interrompidos pelo "funcionário rato", que em seguida acaba levando um tiro e esse atinge a máquina viva que gera as transmissões da TV (sem entrar nos méritos da criança dentro de um globo que dança em cima de uns botões e é atingida pelo tiro, se transformando num idoso), pondo um fim no plano de dominação.

Obs.: o espiral é um elemento muito importante no final, pois lembra a hipnose. Porém, ele não é um espiral qualquer, pois no centro possui o número 6 ou 9, que também aparece em outras cenas. Ambiguidade, forma que lembra espiral, foram uma das coisas que associei.

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