Imagem Televisiva e Espaço Político - Vilém Flusser
Em meio ao impacto dos acontecimentos na Romênia, das campanhas políticas apropriando-se da imagem para divulgações anti-políticas, como no Nazismo, Flusser fala, de modo geral, que o mundo virou pretexto da imagem, transformando esse fenômeno em idolatria. A televisão não seria local de política, pois ela é feita de imagens, e imagens são fragmentos da realidade, estando longe dela. Parece um pensamento extremista, mas compreensível dada a proximidade da fala com os acontecimentos citados (o próprio filósofo comenta que talvez fosse cedo demais para fazer uma análise do que ocorreu em Romênia, nesse caso específico), mas levou a pensar em como ele traria esse discurso nos dias atuais, em que a imagem multiplicou 98576488x sua influência. Ele também diz que a escrita linear seria "à favor" da política mas, quando ela se restringe ao campo privado, do editor para a casa, ela também pode ser anti-política. Realmente não sei se entendi essa parte, posso estar analisando errado a fala dele, mas o diferencial da divulgação na esfera pública e privada seria o debate político. Então o senso crítico, a vida pública, se sobreporia ao canal de divulgação da política.
Perguntas:
1) Num mundo altamente conectado pelos meios de comunicação, principalmente visuais, como a política pode chegar até os cidadãos, se não por meio deles? A televisão pode divulgar política sem ser tendenciosa?
2) Até que ponto os textos podem ser considerados mais "reais" do que as imagens?
3) A Revolução na Armênia foi puramente voltada para a divulgação imagética (porque ele diz que não tem a ver com política) ou ela foi apenas consequência do meio político?
Comentários
Postar um comentário